Os economistas do mercado financeiro elevaram novamente as expectativas de inflação para 2025, consolidando a 15ª alta consecutiva no indicador, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (27/1) pelo Banco Central (BC). A previsão passou de 5,08% para 5,50%, mantendo-se acima do teto da meta estabelecida para o período. Para 2026, a projeção também subiu, de 4,10% para 4,22%, marcando o quinto aumento consecutivo.
A expectativa de inflação para 2025 permanece fora do intervalo de tolerância, o que pode pressionar ainda mais o Banco Central a adotar uma postura mais agressiva no controle da inflação. A meta está sendo monitorada, desde janeiro de 2025, com base na inflação acumulada em 12 meses. Caso fique fora do intervalo por seis meses consecutivos, será considerada descumprida, algo que o BC busca evitar a todo custo.
As revisões reforçam o cenário desafiador enfrentado pela economia brasileira, com persistentes pressões inflacionárias exigindo uma calibragem cuidadosa da política monetária. De acordo com o sistema de metas da autoridade monetária, a instituição utiliza a taxa básica de juros (Selic) como ferramenta principal para controlar a inflação, considerando que o impacto das decisões sobre os juros demora de seis a 18 meses para se refletir plenamente na economia.
Taxa de juros
Apesar das crescentes projeções para a inflação, o mercado financeiro manteve estável a previsão para a taxa Selic ao fim de 2024, em 15%. Essa estimativa reflete a expectativa de que o Banco Central continuará com uma política monetária rigorosa, especialmente após elevar os juros para 12,25% no fim de 2024 e sinalizar um novo aumento no início de 2025.
Para 2026, a previsão de juros subiu de 12,25% para 12,50%, enquanto para 2027 a taxa foi ajustada de 10,25% para 10,38%. Essa trajetória sugere que o mercado espera uma desaceleração gradual nos juros, mas sem abrir mão de um patamar elevado para conter as pressões inflacionárias.
PIB
No que diz respeito ao crescimento econômico, o mercado financeiro revisou levemente para cima a previsão de expansão do produto interno bruto (PIB) para 2025, que passou de 2,04% para 2,06%. Essa revisão reflete o impacto positivo dos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontaram um crescimento de 0,9% no terceiro trimestre de 2024, acima das expectativas do mercado.
Para 2026, no entanto, a projeção de crescimento do PIB foi ajustada para baixo, de 1,77% para 1,72%, reforçando a visão de que a economia enfrentará desafios mais significativos nos próximos anos, com destaque para o impacto das taxas de juros elevadas sobre o consumo e os investimentos.
Dólar
As expectativas para o câmbio não sofreram alterações nas últimas projeções do mercado financeiro. A previsão para a taxa de câmbio no final de 2025 permanece em R$ 6, enquanto para 2026 a estimativa também segue em R$ 6. Essa estabilidade reflete, em parte, a expectativa de manutenção de uma política monetária restritiva, que favorece a atração de capital externo e ajuda a evitar maiores oscilações no câmbio.
Fonte: correiobraziliense